Niéde Guidon: A Arqueóloga que Redefiniu a Pré-História das Américas
Niéde Guidon (1933–2025) foi uma arqueóloga franco-brasileira que revolucionou a compreensão sobre o povoamento das Américas. Seu trabalho no Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, revelou evidências de presença humana no continente datadas de até 59 mil anos atrás, desafiando a teoria predominante da migração pelo Estreito de Bering há cerca de 15 mil anos.
Robson Ramos
6/4/2025


Niéde Guidon: A Arqueóloga que Redefiniu a Pré-História das Américas
Niéde Guidon (1933–2025) foi uma arqueóloga franco-brasileira que revolucionou a compreensão sobre o povoamento das Américas. Seu trabalho no Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, revelou evidências de presença humana no continente datadas de até 59 mil anos atrás, desafiando a teoria predominante da migração pelo Estreito de Bering há cerca de 15 mil anos.
Descobertas na Serra da Capivara
Em 1973, Guidon iniciou escavações na Toca do Boqueirão da Pedra Furada, identificando artefatos e pinturas rupestres que indicavam uma ocupação humana muito mais antiga do que se acreditava. As datações por carbono-14 de materiais orgânicos encontrados no local apontaram para idades entre 32 mil e 59 mil anos. Essas descobertas foram publicadas na revista científica Nature em 1986, gerando debates na comunidade arqueológica internacional.
Criação do Parque Nacional
Reconhecendo a importância das descobertas, Guidon liderou esforços para a criação do Parque Nacional da Serra da Capivara, estabelecido em 1979. O parque abriga mais de 1.300 sítios arqueológicos, com a maior concentração de pinturas rupestres das Américas, e foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO em 1991.
Fundação Museu do Homem Americano
Para preservar e promover o patrimônio arqueológico da região, Guidon fundou, em 1986, a Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM). A instituição desenvolve projetos de pesquisa, educação e desenvolvimento sustentável, envolvendo as comunidades locais na conservação do parque.
Legado e Reconhecimento
Ao longo de sua carreira, Niéde Guidon recebeu diversos prêmios e homenagens por suas contribuições à ciência e à cultura. Seu trabalho não apenas ampliou o conhecimento sobre a pré-história americana, mas também promoveu o desenvolvimento socioeconômico da região do semiárido piauiense.
Guidon faleceu em 2025, aos 92 anos, deixando um legado duradouro na arqueologia e na preservação do patrimônio cultural brasileiro.
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